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Entreportas, espreitadelas na minha terra

Entreportas, são impressões, imagens, descrições de uma cidade, de um território onde a ruralidade, os modos de viver das suas comunidades, diferenciadas a norte e sul do rio Tejo se ligam no centro de Portugal.

Entreportas, espreitadelas na minha terra

Entreportas, são impressões, imagens, descrições de uma cidade, de um território onde a ruralidade, os modos de viver das suas comunidades, diferenciadas a norte e sul do rio Tejo se ligam no centro de Portugal.

30
Mar21

Candeeiro...

historiasabeirario

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Candeeiro altivo, foste fogareiro a iluminar carreiros, ruas no presente. Companheiro, assente das noites escuras, sobranceiro dás confiança aos passos dos ausentes. Não quero ter a desesperança no regresso do visitante, na abastança do abrantino vibrante. Candeeiro que me estás a esgotar o tinteiro com palavras que fazem chorar. Quero acreditar que continuarás a ilustrar as ruas dobrando as esquinas de Abrantes. 

29
Mar21

O tempo não tem tempo...

historiasabeirario

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O tempo, não tem tempo para cartas manuscritas, quantas tiveram o atrevimento de transpor a abertura? Quantas notícias? Envolvidas nos pedaços de papel, dobrados em forma de bolsas, caligrafias perfeitas, caligrafias deformadas. Palavras magoadas, manchadas por lágrimas esgotadas, pela saudade, pela tristeza, pela alegria, anunciando regressos, princípios e metas. O tempo não tem tempo... 

26
Mar21

Abrantes jamais será como dantes

historiasabeirario

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A cidadania é um direito dos cidadãos, qualquer um de nós pode e deve ter opinião relativamente aos costumes sociais. Muitos destes hábitos enraizaram-se nas populações, e os abrantinos não são diferentes de outras gentes, na vinculação que têm com o seu mercado, onde constantemente se vendeu e comprou produtos oriundos da ruralidade do seu território, fixando agricultores à sua terra. Está em causa a continuidade da infraestrutura que disponibiliza o espaço e permite maneiras de viver. O bem inestimável que é a cidadania está, também ela a ser estremecida pela irreflexão de quem é aceite pela vontade dos cidadãos. A desunião visível, poderá conduzir que Abrantes jamais será como dantes. 

15
Mar21

Há momentos que não me lembro...

historiasabeirario

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Um afluente do rio Tejo, é assim a rua da Barca, há muito tempo que o rio lhe deu a mão, daí até ao braço o tempo foi curto. Transitaram pessoas, mercadorias, criaram-se comércios, brotou a economia na vila que foi Abrantes. Uma rua atravessada por exércitos, a caminho de batalhas para expulsar inimigos, uns a invadir território nacional. A batalha de Aljubarrota, as invasões francesas, são exemplo disso. Outros houve que a tornaram fundamental, foi por ela que Filipe II subiu, acabando por permanecer na vila, antes de rumar a Tomar onde estava determinado serem as Cortes. Abrantes cumpriu como território reservado da capital do Império, durante o período em que Filipe II se estabeleceu na vizinha Tomar. A situação geográfica, a ligação viária (fluvial e terrestre) a todas as direcções permitiram a confiança do monarca estrangeiro e Rei de Portugal. O fluxo na rua da Barca, nestes meses deve ter sido imenso, possivelmente por ela percorreram importantes personalidades de Portugal e Espanha, os arquitectos Fillipo Terzi e Juan de Herrera, o engenheiro Juan-Bautista Antonelli, responsável pela construção de estruturas no rio, de maneira a que a navegabilidade no Tejo se realizasse em segurança. Uns para concretizarem negócios, alcaides-mores, até mesmo Miguel de Cervantes. Uma vez mais a rua da Barca impondo a sua importância. Esta continuou até que o rio perdeu a navegabilidade, surgiu o comboio, melhoraram-se as estradas, mais acessos à vila, e o automóvel promoveu melhorias no transporte de pessoas e nos objectos que constituem o comércio. Deixou de possuir evidência até aos dias de hoje, foi-lhe amputada uma parte do trajecto para permitir outras acessibilidades. Ainda assim a rua mantém-se, pelo que representou como via de acesso, passagem à vila, agora cidade de Abrantes, devia ser merecedora de outro tratamento, pois, foi por ali que Abrantes cresceu. Uma rua a conhecer, na direcção do rio Tejo, há momentos que não me lembro que estou na cidade, quando por ela sigo, cruzando-me com aqueles que a converteram numa rua com história. 

10
Mar21

Todas as vezes que o comboio apita...

historiasabeirario

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Todas as vezes que o comboio apita, quase sempre me dirijo à janela para o observar, a sair da rede de vigas cruzadas que mantêm a sustentação da ponte. As luzes, cá de cima, mais se assemelham a dois pequenos olhos atentos ao destino que o leva para terras da Beira Baixa. Ao princípio é o som, lento, crescendo ao aproximar-se, que me alerta, está perto, quando entra na treliça, torna-se intenso, atravessa o rio, ansioso vejo-o romper. Não me canso disto, no outeiro, onde Abrantes está erguida, testemunha as suas partidas e chegadas, trazendo e levando passageiros, desconhecidos. Uns ficam outros não. O importante é o comboio não deixar de causar movimento, nostalgia de quem parte, mesmo naquele que se enamora de o ver passar. 

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