Gente da minha terra
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Telhas encaixadas umas nas outras, ultrajadas pelo passar do tempo, telhados altos e baixos, desamparados das suas gentes, apoiados por alguma velhice resiliente. É preciso gente para colorir as ruelas, abrir as janelas, deixar entrar vozes, sair risos e sorrisos. Deixar as lágrimas, os prantos, cair nos recantos e cantos das ruas apertadas. Não posso mais com este quebranto, com tanta bofetada. Pousada no outeiro és namorada por quem te visita, falada entre murmúrios, escrita nos livros, coitada aos olhos dos teus filhos.
Ruas despovoadas paredes fendidas, portas arrombadas, lar de pombos, assim estão as artérias do espaço histórico. Não perderam beleza, continuam a perpetuar a história de Abrantes, a curiosidade de as percorrer não se perdeu, elabora questões, projecta-nos para dolorosas reflexões, das mesmas prosseguirem nestas condições. Temos que ser mais fugazes. Um ciclo se inicia na cidadania de Abrantes, ainda estamos a tempo de travar a morte dos costumes, das características dos abrantinos.
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