Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Voltei ao museu, subi as escadas que nos leva ao tempo da história, e na sua sombra percorri o jardim das oliveiras. Este último a enraizar para que o equilíbrio se mantenha no tempo que há de vir. No interior revi os objectos que narram o passado, com mais atenção ouvi o bramir das batalhas, o barulho metálico das armas, os gritos o horror perante a frontalidade da morte. A alegria dos vitoriosos o choro dos vencidos, será sempre assim. Vi as corridas em perseguição das presas que possibilitavam alimento, a religiosidade nos artefactos carregados de simbologia. Adornos que expressam a vaidade do homem desde os primeiros tempos, a representação do poder, os adereços que completam o trajar. O dourado da joalharia, a utilidade dos objectos na reunião dos mantimentos que se encontravam guardados. Marcos miliários que orientavam quem caminhava pelas estradas romanas, sempre com sentido único a Roma, onde os aguardava o sucesso. Com esta fortuna distancio-me novamente desta viagem no tempo, hei de voltar, para continuar a viajar na magia do passado que nunca acaba. Voltem também uma duas três, as vezes que forem precisas, há muito para olhar e pensar este museu.
Espreito a cidade que não é como aquela que nunca dorme, mas que é enorme na beleza que conta aos meus olhos. São cortes e recortes nos traços, linhas rectas, linhas curvas, trajectórias que a história construiu e que a escrita prolongou nas minhas memórias. Espio a cidade que me viu nascer, que me viu crescer, que me verá morrer, pois daqui não quero partir. Quero imprimir todos estes bocados de prazer que é contemplar a cidade que me faz acalmar, ao percorrer com andamento pausado as ruas. Sentir o silêncio, perseguir o infinito, discutir o impossível, tudo isto na calçada antiga. Imaginar a cidade deixada por quem aqui andou, falada por quem a conquistou, não me canso de caminhar, deixo-me arrastar, assim Deus quiser.
132 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.