Os que estão sentados são os últimos da geração de ouro que iniciou este convívio de adeptos do Sporting e Benfica, não fosse a recente pandemia estava-se próximo do sexagésimo encontro. Assim celebrou-se o quinquagésimo quinto clássico. Entre copos e pratos são demasiadas as palavras libertas, desta vez ainda mais, o intervalo após o último desafio foi longo, há sempre muito para conversar ou desconversar. O tempo de jogo vai de manhã ao anoitecer, pelo meio acontecem imensas ocorrências para perdurarem na história dos clássicos. O árbitro e os dois fiscais de linhas têm algumas vezes momentos de grande trabalho ao ponto do cartão amarelo ser exibido. A exposição do vermelho só aconteceu duas vezes neste clássico, pelo que sei. A bola do jogo varia de ano para ano, mais dura nuns, mais leve noutros, insubstituíveis são as substâncias legais consumidas a infernizarem as cabeças e pernas dos jogadores  Desde as normais lesões causadas pelo excesso da intensidade das jogadas, algumas levam mesmo ao abandono dos jogadores do jogo, ficando inoportunos para continuarem. Há sempre remédios que os fazem regressar ao jogo, mas também os há lesionados sem retorno. Neste dia são sempre lembrados os que partiram para outra liga, imagino os jogos lá disputados. Cá em baixo comentamos as grandes fintas, e golos conseguidos por eles, misturando risos e gargalhadas quando os lances são merecedores disso mesmo. As equipes são renovadas de pais para filhos e netos, ou pelas amizades de uns e outros, assim vai o clássico avançando ao longo dos anos.  Em Abrantes esta reunião de amigos é um fenómeno social, não há igual, um exemplo único.