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A manhã convidava ir passear próximo do rio Tejo, espreitar a cidade noutra perspectiva, a ascensão dos patos sobre as águas, entre as pontes centenárias, ferroviária e rodoviária. Acessos importantes entre as margens norte e sul, construídos durante o período da evolução gradual da Revolução Industrial, para transpor o rio mais extenso da Península Ibérica, para além-Tejo. Encostado ao rio, na margem sul, onde noutros tempos acostaram os barcos d`água, como eram designados, que transportavam a cortiça, o carvão, o azeite, a palha e cereais até Lisboa. Perto da Fonte dos Touros que nunca deixou de correr a água, sobressai a requalificação do passadiço, consertado, desta vez, com materiais flutuantes, com argumentos contrários ao desgaste das águas do rio. Quando estas perdem vergonha, e ultrapassam o limite da margem. No ar pairavam rumores de uma festa organizada pelo Município e a Junta de Freguesia para assinalar a obra. O serviço público estava realizado, reposto com outra segurança o corredor de acesso ao rio, para que é necessário uma festa, gastar dinheiro dos contribuintes abrantinos num evento, a celebrar 150m de uma estrutura? Passou-se de uma acção prudente para uma atitude saloia, populista, matreira politicamente, ao encontro do que aí vem para o final do ano. A política não pode ser tratada assim, a despender dinheiro público na promoção dos eleitos às próximas eleições autárquicas. Melhorar outros espaços públicos, também, por exemplo, a Rua 5 de Outubro de 1910, com asfalto precário entre os prédios que a ladeiam. Dotar a mesma de um passeio pedonal ao longo da sua sinuosidade, semelhante ao meandro do rio, criando lugares elevados para se avistar o horizonte. Os abrantinos passariam a percorre-la nos dois sentidos, em passeio, a visitar amigos, sem necessidade de utilizar o automóvel. Uma romaria ao ar livre a desfrutar um benefício pertencente dos abrantinos.