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Entreportas, espreitadelas na minha terra

Entreportas, são impressões, imagens, descrições de uma cidade, de um território onde a ruralidade, os modos de viver das suas comunidades, diferenciadas a norte e sul do rio Tejo se ligam no centro de Portugal.

Entreportas, espreitadelas na minha terra

Entreportas, são impressões, imagens, descrições de uma cidade, de um território onde a ruralidade, os modos de viver das suas comunidades, diferenciadas a norte e sul do rio Tejo se ligam no centro de Portugal.

17
Fev25

Não bastam as fotografias ...

historiasabeirario

IMG_20250217_100201.jpg

O vestuário do horizonte nunca é o mesmo, quando, diariamente olhamos para ele, para nos causar motivação no início dos dias. Na despedida dos mesmos, dando a força  necessária para continuarmos a ambicionar um futuro melhor. A imagem sem cor, sem força, para contrapor a história do rio, pode ser renovada. Não bastam as fotografias e as palavras, a história também se representa, com as réplicas dos barcos d' água, com as estruturas, abandonadas, de armazenamento, de acondicionamento, voltarem a ganhar ânimo. Seria interessante devolver visualmente os ofícios do passado, relacionados com o rio, o transporte mercantil, a pesca, as mulheres que lavavam a roupa no rio. Outras, ligadas pela saudade, pela liberdade das águas do rio permitirem a navegação.

14
Fev25

A luz contracenando ...

historiasabeirario

IMG_20250213_214009.jpgUm conjunto de limites exteriores, que lhe conferem um feitio, uma configuração, ou aparência, são a disposição e organização da cidade. Reproduções, poemas bordados nas paredes, janelas abertas ao pensamento, às opiniões, tudo o que a cidade devia permitir. A luz contracenando com as sombras num palco aberto a todas as pessoas, integrado na comunidade, orientado aos ideiais de todos, e não de alguns.

10
Fev25

Num rosto afeiçoado ao ...

historiasabeirario

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A cidade está grisalha, o semblante cheio de irregularidades não lhe retira a beleza, naturalmente, o avanço da idade não poupa esta senhora. Alicerçada no cimo do outeiro, onde, as suas artérias, notáveis, num rosto afeiçoado ao rio, ao horizonte, desgastam-se com a passagem do tempo. Imaginar a cidade no futuro é possível, há quem o faça, escrevendo, aplicando-a na escultura. Brevemente, a cidade de Abrantes, mostrará o futuro das cidades representados em objectos de relevo. O amanhã aqui tão perto, onde há limite para continuar a acreditar que o passado também é futuro, no presente.

 

05
Fev25

As pessoas morrem, a cidade ...

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O sol é breve a escalar as paredes, nas casas velhas situadas na essência da cidade. Algumas partes não têm o previlégio de aquecerem a face, são frias, como o resto do conjunto que constituem o princípio. Estão vazias, e cheias de memórias, são páginas de histórias de quem lá passou, as aqueceu com sentimentos. O sol continuará a espreitar, audicioso ou cobarde, consoante as estações. As pessoas morrem, a cidade parte com elas.

04
Fev25

Qualquer ruído, o...

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O candeeiro espreita a Travessa do Almada com despudor, sem medo da vadiagem, como era apelidada em tempos remotos, talvez, por um conjunto de pessoas com algum parentesco, tenha por ali, ocupado algum casario, ou se tenha distinguido. A confluência, desta, com a Rua Nova, das primeiras a entregar a sua extensão às pessoas do lugar, no início. Não inibe o candeeiro, em posição elevada, sempre atento a quem por ali passa, contrastando a escuridão da noite, com a luz amarela. Protegendo o silêncio, de encontrar obstáculos. Qualquer ruído, o vento naqueles dias em que leva tudo à frente, ou espíritos inquietos pelo esvaziamento das ruas. Inúmeros acontecimentos ocorreram, debaixo do olhar vigilante do candeeiro altaneiro, continuam a acontecer, a vir à memória. Conversas dispersas ecoando de uma ponta à outra nas ruas, o som, das solas dos sapatos, das botas, a pisarem nos seixos, descobrindo, a história da cidade, o leito do rio.

 

02
Fev25

No ar pairavam rumores ...

historiasabeirario

2025_0201_11465700.jpg

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A manhã convidava ir passear próximo do rio Tejo, espreitar a cidade noutra perspectiva, a ascensão dos patos sobre as águas, entre as pontes centenárias, ferroviária e rodoviária. Acessos importantes entre as margens norte e sul, construídos durante o período da evolução gradual da Revolução Industrial, para transpor o rio mais extenso da Península Ibérica, para além-Tejo. Encostado ao rio, na margem sul, onde noutros tempos acostaram os barcos d`água, como eram designados, que transportavam a cortiça, o carvão, o azeite, a palha e cereais até Lisboa. Perto da Fonte dos Touros que nunca deixou de correr a água, sobressai a requalificação do passadiço, consertado, desta vez, com materiais flutuantes, com argumentos contrários ao desgaste das águas do rio. Quando estas perdem vergonha, e ultrapassam o limite da margem. No ar pairavam rumores de uma festa organizada pelo Município e a Junta de Freguesia para assinalar a obra. O serviço público estava realizado, reposto com outra segurança o corredor de acesso ao rio, para que é necessário uma festa, gastar dinheiro dos contribuintes abrantinos num evento, a celebrar 150m de uma estrutura? Passou-se de uma acção prudente para uma atitude saloia, populista, matreira politicamente, ao encontro do que aí vem para o final do ano. A política não pode ser tratada assim, a despender dinheiro público na promoção dos eleitos às próximas eleições autárquicas. Melhorar outros espaços públicos, também, por exemplo, a Rua 5 de Outubro de 1910, com asfalto precário entre os prédios que a ladeiam. Dotar a mesma de um passeio pedonal ao longo da sua sinuosidade, semelhante ao meandro do rio, criando lugares elevados para se avistar o horizonte. Os abrantinos passariam a percorre-la nos dois sentidos, em passeio, a visitar amigos, sem necessidade de utilizar o automóvel. Uma romaria ao ar livre a desfrutar um benefício pertencente dos abrantinos.

 

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