O gato e a janela...
O gato e a janela, tema para uma história de um gato a espreitar de uma janela. Ou a história do prédio onde os vidros espelham um pouco a rua. A história da rua que se intitulou de S. Julião, por nela ter existido uma ermida com esse nome. Da rua que também se chamou de Solano de Abreu, mas que afinal ficou com topónimo Manuel Constâncio. Natural de Sentieiras, aldeia de Abrantes, nascido em 1725, foi professor de anatomia no Hospital de Todos-os-Santos, cirurgião da casa real, de D. Maria I e escudeiro fidalgo. Tendo falecido em 1817. Mas a história do gato é a minha preferida. O gato que não se cansa de espreitar quem passa na rua, como será o seu quotidiano? Será como o dos outros gatos, saltando pelos telhados procurando ninhos escondidos, tentando a sua sorte com alimento fácil? Estará privado dessa liberdade? Dominado pelo dono, talvez o seu território não seja mais que o interior da casa que o acolheu? Não acredito, gato que é gato, arranja sempre maneiras de se escapulir de vez em quando. Corre com os outros gatos da rua, trepa ás árvores, brinca com ratos, namora com gatas. O gato da janela de um prédio, uma história numa rua de Abrantes.