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Entreportas, espreitadelas na minha terra

Entreportas, são impressões, imagens, descrições de uma cidade, de um território onde a ruralidade, os modos de viver das suas comunidades, diferenciadas a norte e sul do rio Tejo se ligam no centro de Portugal.

Entreportas, espreitadelas na minha terra

Entreportas, são impressões, imagens, descrições de uma cidade, de um território onde a ruralidade, os modos de viver das suas comunidades, diferenciadas a norte e sul do rio Tejo se ligam no centro de Portugal.

12
Fev21

O gato e a janela...

historiasabeirario

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O gato e a janela, tema para uma história de um gato a espreitar de uma janela. Ou a história do prédio onde os vidros espelham um pouco a rua. A história da rua que se intitulou de S. Julião, por nela ter existido uma ermida com esse nome. Da rua que também se chamou de Solano de Abreu, mas que afinal ficou com topónimo Manuel Constâncio. Natural de Sentieiras, aldeia de Abrantes, nascido em 1725, foi professor de anatomia no Hospital de Todos-os-Santos, cirurgião da casa real, de D. Maria I e escudeiro fidalgo. Tendo falecido em 1817. Mas a história do gato é a minha preferida. O gato que não se cansa de espreitar quem passa na rua, como será o seu quotidiano? Será como o dos outros gatos, saltando pelos telhados procurando ninhos escondidos, tentando a sua sorte com alimento fácil? Estará privado dessa liberdade? Dominado pelo dono, talvez o seu território não seja mais que o interior da casa que o acolheu? Não acredito, gato que é gato, arranja sempre maneiras de se escapulir de vez em quando. Corre com os outros gatos da rua, trepa ás árvores, brinca com ratos, namora com gatas. O gato da janela de um prédio, uma história numa rua de Abrantes. 

29
Jan21

Rua do Arcediago

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A manhã macilenta não distrai quem atravessa, assim como eu, a Rua do Arcediago. Estreita e comprida, perde-se o seu fim a quem começa a percorre-la em ambos os sentidos, nascente e poente. Uma rua onde o topónimo teve origem possivelmente, nela ter residido um Arcediago. Em 1557 estavam fintados (taxados) na rua dois moradores, um deles barbeiro, actualmente são mais os residentes. No verão transforma-se num espaço fresco, protegido pelos prédios que escondem os raios solares a quem passa. Não foi sempre este o topónimo atribuído à rua, em 1913 numa sessão de Câmara, foi proposto a sua alteração para Rua Jornal de Abrantes, uma homenagem pelos serviços prestados à República. Não se prolongou muito tempo a mudança, em 1927 voltou a restabelecer a designação de sempre. As ruas devem perpetuar a sua identidade, são correntes de ligação, são veias onde as pessoas fazem subsistir as cidades. 

26
Jan21

Rua José Estêvão

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Esvaziada das suas denominações primitivas, rua do Concelho, citada num documento de 8 de Fevereiro de 1338 e noutro datado de 1374, de rua do Outeiro. As origens dos topónimos são coincidentes, por ser nesta rua que está edificada a Câmara Municipal (séc. XVII), e pela inclinação da mesma, em direção ao topo de uma colina. Séculos depois, em 1889, por força de vários baixos assinados, acumulados numa sessão de Câmara, em virtude da inauguração da estátua em memória de José Estêvão em Aveiro, pediram à Câmara para que a rua se passasse a designar-se por José Estêvão. Influente jornalista e político, oposicionista de esquerda na Câmara dos Deputados entre 1836 e 1862, ano da sua morte. Despejada de moradores, a rua permanece, ladeada por edificações a padecer com a passagem dos anos. Em 1707 estavam fintados (taxados) na rua 23 moradores, onde constavam 1 rendeiro de pesos miúdos, 1 sombreireiro, 7 sapateiros, 1 pintor, 1 alfaiate, 1 mareante e 1 espadeiro. Nos dias de hoje, os seus habitantes não chegam a tanto, só de passagem, de automóvel, a caminhar, se vê algum movimento. Não é pela ausência que perde a sua história, a sua beleza, olhando os prédios altaneiros de cores desmaidas, não vejo abandono, mas deslealdade de um tempo que não foi justo para quem viveu aqui. 

01
Nov20

Rua General Manuel Antonio Morato

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Os raios de sol intrometem-se na lente que quer perdurar o momento, na antiga rua da Cadeia. Topónimo consumado no séc. XVIII, por aqui ter existido a cadeia. O período que atravessamos aprisionou-me na minha terra, continuando a dar-me liberdade para caminhar na cidade. Foi o que fiz, é na Rua General Manuel António Morato que estou, direccionando a objectiva para a rua onde no passado lhe atribuíram outro nome como atrás referi. A torre do relógio da Câmara Municipal, vigia todo este aglomerado de história, quem percorre a rua, só com olhar atento, toma conhecimento da construção mais alta sobre o telhado do edifício. Tenho tristeza por nunca mais ter ouvido o som do relógio a dar horas aos abrantinos. O actual patrono da rua foi oficial do Regimento n°11, permaneceu em Abrantes entre os anos 1854 - 1867/68. Neste intervalo de tempo, escreveu uma memória histórica sobre Abrantes, ao mesmo tempo iniciou os Anais do Município, interrompido no ano de 1866.

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